nuvoleta

a menina nuvem

21.1.09

:: nuv.oleta #100

nuvoleta já não sabia onde estava depois de tantos anos de alucinações...
- nossa, já chegamos ao 100, e só agora o post it florescente pink mostra a resposta que procurei por todo esse tempo...
- vejo o mundo colorido assim como uma garrafinha de água num dia quente...

e a menina nuvem virou algodão doce depois de tanta amargura e voltou junto com as chuvas de verão =)

28.11.06

:: nuv.oleta #99

a luz elétrica foi embora às 10hs da noite em minha aldeia. foi com ela o desejo dos meus olhos de persistirem abertos, diz fernanda.

28.3.05

::nuv.oleta #98

quando olhou o rio manso logo à frente de si, nuvoleta reformulou-se. pegou um graveto qualquer, e com as mãos bem leves e sonolentas, escreveu na terra um poema qualquer. Reescreveu suas lágrimas com sinais de sorrisos. E seus pensamentos tristes, transformou em poeira - soprou depois para bem longe, para junto com o vento.
Assim, refez-se nuvem, e pôs-se a voar.

16.3.05

:: nuv.oleta #97

cadernotou pequenas tintas aéreas. os gotábulos voam contra e pum no papelivro. formaram-se palavras, borboletas, ariranhas e outros objetos imaginários. nuvoleta recomçou a contadizer sua história de vida e de morte. com o dedo, digitou sua identicrase no papelivro e abriu a temporada dos sonhos refeitos.

15.10.04

nuv.oleta # 96

quando olhou-se no espelho quase não se reconheceu. depois de tanto sono, suas feições ganharam traços de sonho. ficaram fugidias, fluidas, um quase-rio a caminhar sobre os limites da própria face. o que a fez reconhecer-se foi uma leve garoa que brotava dos olhos, alimentando o próprio rio que eram as linhas de seu rosto. e depois de tanto sono, nuvoleta se sentiu completa: era nuvem, choro, rio, chuva. completara o ciclo.

29.1.04

nuv.oleta #95

E olhou para o chão enquanto flutuava , depois de morta, sobre as cidades mal feitas por geógrafos bem formados. Pela última vez teve a visão de que o mundo é mundo e de que tudo acaba, menos a dor. Menos a dor. Refletiu - com medo de ser a última vez, com medo de acabar - sobre a efemeridade e sobre baldes de lágrimas que se tranformam em pequenos leitos sob os olhos, que vulgarmente, ou por ignorância, chamamos de rugas. Nuvoleta tocou de leve no rosto enquanto pensava que se flutuava é porque estava virando nuvem, e notou que os leitos ainda estavam lá. Não se desmanchavam fácil, nem pouco a pouco, com o fim.

26.11.03

nuv.oleta # 93

bolhas saiam de sua boca ...
missisliffi não compreendia o por que de tantas borboletas desnorteadas, em cada explosão de timidez e constrangimento.
então, nuvoleta olhou e disse:
- Ai, meu compacto está riscado bem no pior refrão. Afoguei minhas expectativas avermelhadas como uma brincadeira de berçário.
- Melhor usar meias coloridas, para me alegrar.
- Jefferson, onde estão minhas meias de joaninhas, voaram para longe também ???

25.10.03

nuv.oleta # 92

estorvo ...
nuvoleta não aguenta mais refletir ... e chega a conclusão de que a felicidade que ela causa para uns é um grande estorvo, como melancias que podem cair do balanço no parquinho das recordações, e dentro de cada semente uma felicidade, que virou desilusão ...
- psiu, acorda nuvoleta, disse missisliffi ...
- ahn, o que aconteceu? ela pergunta para amiga ...
- você estava ofegante, quase sem respirar, deve ter sido apenas uma nuvem negra em seus sonhos.
missisliffi, some, e começa a chover no nuvemblado solar.

13.10.03

nuv.oleta #91

nuv nuv numa metáfora a morangos que são deliciosos e ainda assim mofam só quero ir junto com as coisas, ir sendo junto com elas, ao mesmo tempo, nem antes, nem depois. só junto, e só agora. que depois, chega.

nuv.oleta #90

é só, é tão só, e ainda assim, não sofre
é forte, é tão forte, e ainda assim, não aguenta qualquer tranco
é doce, é tão doce, e ainda assim, enjoa fácil
brilha, brilha quase sem querer
e quem ainda não cantou pra poder vê-la subir, feito maria-sem-vergonha quando chove, feito girassol protegendo raízes e se virando contra o sol, feito bem-me-quer-mal-me-quer sendo desfolhado pelo bem ou não, que atire a primeira pétala, que sorria e chova.

nuv.oleta #89

a menina feita de nuvem não passa de uma dessas meninas clichês e tão comuns de serem encontradas por aí. menina ordinária que gosta das mixiricas que são mais duras e sem gosto, porque formam gominhos dentro dos gominhos e é divertido de mastigar.

a menina feita de nuvem não passa de uma dessas gurias iguais e fáceis de achar, mas tão difíceis de lagar. menina comum que escuta música de dor-de-cotovelo e que quando morrer espera que coloquem na lápide: 'nuvoleta. morreu e tanto amor'.

a menina feita de nuvem não passa de nuvem nos meus e nos seus olhos.
é chuva quando chove por dentro, é o que há de doce e forte em você e em mim, coisa comum e fácil de achar. coisa ordinária e clichê.

2.9.03

nuv.oleta # 88

busca do infinito. essa imagem de ceu com nuvens ate onde a vista alcança. e a certeza de que alem disso, alem dos olhos, para dentro e fora, ha mais. sei que as nuvens continuam depois do horizonte, sei. se eu virar, e nao mais te ver, voce ainda existira. sou nuvoleta. sou nuvem, mesmo quando o ceu so tem azul e sonhos. sou violeta, mesmo quando a noite insiste em fazer de tudo um preto e branco sem contraste. sou assim porque caminho assim. porque sonho assim. porque quando me olho no espelho, vejo um ceu com nuvens ate onde a vista alcança.

25.8.03

nuv.oleta # 87

nuvoleta em suas caminhadas pelo que resta de verde nestas terras tao secas e cimentadas, observa o ceu, as vezes de cima, as vezes de baixo. nuvoleta em suas caminhadas pelo que resta de violeta em seu coracao observa-se a si mesma, as vezes alegre e de cima, as vezes triste e de baixo. sao os mesmos dois lados.


das nuvens de agora
vejo agua e vapor
como magoa e amor


21.8.03

nuv.oleta # 86

nuvoleta "que música é essa?"
missislifi "música?"
nuvoleta "só os idiotas respondem com outra pergunta"
missislifi "também assisto chaves"
nuvoleta "ah...mas que música é essa?
missislifi "música?"

continuam por muito tempo, em ritmo cadenciado, quase rap, não faltasse alguém fazendo um beat box

20.8.03

nuv.oleta # 85

violeta. nuvem. nave volta a vida. letargia nebulosa. fabulosa leadalde violada. via láctea. latejando vontades. vida vira e mexe nao vive. novo. letal. litoral. neve. nuvoleta. numa estrela nuvoleta. numa nuvem nuvoleta. lume violeta faz vela nuvoleta. leme leva la longe. longincuos lugares violetas. nuvoleta. nivea neve nova. nuvem nimbu no ar. num piscar nuvoleta leva vida. num suspirar nuvoleta livre fica. num olhar nuvoleta leve agita. num dancar nuvoleta linda brilha. num viver nuvoleta.

18.8.03

nuv.oleta # 84

no campos. fui sendo reinventada. traduzulinda. deram-me outros pais. faz favor de ir até onde as pessoas não esquecem... faz favor, vai. e descansa bem porque missisliffi e eu ainda temos muito para fazer. vou comprar uma antena para os radiapaixonados. e ela vai cantar blues que tenham vagimininas como antigamente.

nuv.oleta # 83

do alto, sentada numa nuvem, nuvoleta confundia-se com ela, fundia-se com tudo, como se na distância nao houvesse medo, como estando longe aproximasse cada vez mais. tentou cuspir nas pessoas, para que elas olhassem para cima. uma forma de chamar a atençao, nao a julguem. ninguém olhou. onde o vento soprava la ia nuvoleta, nao mais que uma folha no meio disso tudo. mentira, nela havia vontade, a vontade de ser como folha, e soprada pelo vento, conhecer aquilo que passava por ela. e n?o precisava muito mais do que passar por ela para que ela conhecesse. era oi e tchau no mesmo gesto. e tudo o que as pessoas respondessem (verbalmente ou nao) era o que nuvoleta precisava saber, porque era o que a pessoa queria falar, mostrar. nuvoleta grita: "olhe para alto, talvez me veja. ou deixe-se ao vento".

19.6.03

nuvo.LET.a # 81

nuv.oleta
olha o telefone.



tenta entender.

desiste, quando percebe que não consegue.
"-- deixa pra lá!"

sugere um picolé de coco queimado e sai andando...


(e o telefone que não pára de tocar)

8.6.03

:: nuv.oleta # 80

já faz mais de um ano que esta história é contada. nuvoleta lendo e relendo as coisas de sua vida supimpa. traços fugidios, linhas quebradas, palavras mais que inventadas. se ela te disser assim:

-- deixa que eu vou pra lá fazer liberdade.

repergunte assim:

-- traz café na volta?

nuv. oleta # 79

nessa época do ano, em que o frio vem chegando, e há menos flores e espinhos...
... nuvoleta acredita que o frio é tão quente como qualquer dia desses de verão e espera um abraço cheio de sorriso.


e só um.


ela é só uma.
mas não é uma deles...