nuv.oleta # 30
tudo estava perdido. as árvores, as gramas e o amor. algodão doce e farelos espalhados pelo chão. no parque de diversões, algumas lâmpadas queimadas na montanha russa que se naturalizou americana e agora odeia os árabes. o céu nem era tão azul e nem tão cinza... o problema era a falta de nuvens.
-- onde estão vcs, nuvenzinhas?
elas deixaram um recado que tinham ido se perder e voltavam já.
27.8.02
26.8.02
nuv.oleta # 29
tribos são antigas, as mais tradicionais claro... mas nem os tribais às vezes gostam de suas tribos ...
mas, então, por quê existem pessoas que se sentem solitárias por não achar alguém que seja da sua tribo...
-- nuvoleta, olha para o céu e não senti solidão por que em cada nuvem ela enxerga uma tribo de etnia distinta.e quando todas tribos de seus pensamentos psicodélicos se encontram formam um ritual para que ocorra a dança da chuva, formando uma grande nuvem cinza, que mesmo com uma cor não muito alegre, trás coisas boas consigo ... enfim ... paz, união e amizade ...
24.8.02
nuv.oleta # 28
escola em construção. barulho de escavadeiras e britadeiras. como dormir com tanto barulho?
a escola está pronta. as crianças brincando. como dormir com tanto barulho?
as crianças cresceram, já estão por aí vivendo quietas. como dormir com tanto silêncio?
22.8.02
nuv.oleta # 27
depois de muito pensar ... nuvoleta viu que não podia viver sem sua razão de viver, sua felicidade nos últimos tempos ...
-- sei que sou mimada e melada por ser de algodão-doce, esqueci que você tinha livre arbítrio, mas sei que, enfim, cá estou eu implorando pelo seu perdão ...
um elevador desceu do pé-de-feijão com as malas de nuvoleta ... ela saiu saltepulando para a piscina de bolinhas coloridas com vapor de eucalipto, e de cara, viu missislifi ... deu um abraço que de tão apertado dispersou as moléculas transparentes de sua amiguinha de que tão real, às vezes parece ser imaginária ...
-- ai ai ... perdoar para se alegrar -- pensou nuvoleta lambuzada de marshmallow de menta
-- hmmm que saboroso esse retorno ...
nuv.oleta # 25
nuvoleta fingia que era chafariz nas lagoinhas da praça da república; missisliffi cantava no coreto "crystal lake" e jeferson soslaiava entre árvores e musgos o palácio do governo. uma mulher de avental cor de esmeralda vendia tapioca e notou que pela boca da pretensa estátua havia parado de sair água.
-- i'll find my way again...
o governador não saiu. jeferson foi comer tapioca e ouviu a vendedora comentar como era esquisito aquele chafariz; jeferson abrigirou o registro que estava ao lado do laguinho e da boca de nuvoleta saiu infinitas águas que inundaram aricanduvas e são paulos.
o governador de barquinho saindo do palácio:
-- é culpa do prefeito!
e como só o coreto havia se salvado da molhação:
-- i lost my way again...
nuv.oleta # 24
aula de interpretação, por nuvoleta e missisliffi:
alegre
:)
triste
:(
chorando
:_ )
cabelo esquisito
S:)
beijo
:*
cachorrinho
:p
dois pontos parenteses
:)
itálico
:)
balikamente
=/
comendo morango com sorvete de chocolate
[user is away]
20.8.02
nuv.oleta # 23
decidiu:
-- vou ter um cachorrinho que amará muitas outras cachorrinhas e será feliz com seus filhotes. aí quando estiver velhinho e cheio de experiências, escreverá suas memórias (pq até lá vai ter blog pra dog ou nem?) e publicará tudo na internet com o dominio: www.vidadejefersonesuadonanuvoleta.com.br.
18.8.02
nuv.oleta # 21
" ... e mesmo que tempestades de egos-ecos destruissem, arruinassem esses campos, eu ainda andaria nas pontas dos pés por entre rancores e mágoas. finissímas linhas de lágrimas no campo fértil são suficientes para que as flores comecem a andar e macbeth tenha ainda mais medo, porque flores coloridas andantes não seriam resultado de seus ácidos".
missislifi:
-- o que é isso?
nuvoleta:
-- um discurso político.
missislifi:
-- mas você não vai prometer nada?
nuvoleta repensandina. concentracega:
-- prometo que será tudo mentira!
missislifi:
-- e por que você acha que eu devo votar em você?
nuvoleta:
-- ora e quem disse que era pra votar em mim?
com a seguinte história, nuvoleta ganhou as eleições e governo a escócia florida por 4 anos até que macbeth ganhou de novo.
16.8.02
nuv.oleta # 20
tinha acabado de ler um poema sobre a simplicidade das coisas. nuvoleta não entendeu nada. como assim as coisas são simples? tudo é tão complicado. nuvoleta então andou sem rumo, emburrada. quando parou cansada, viu uma borboleta pousar num galho, que quebrou com o seu não-peso. o galho no chão foi levantado por formiguinhas, muitas, que levaram o galho até onde a vista de nuvoleta não alcançava mais. nuvoleta sorriu. começou a entender.
nuv.oleta # 19
estranha talvez porque não tinha noção do que era certo e errado por ser ingênua ...
por apenas acreditar no amor e nas aberrações que o coração pode fazer com a vida quando tudo parece ser puro e reciclável como uma latinha de refresco citríco que vem do del valle verde que é cheio de borboletas virtuais de cor neon, que tem parentesco com vaga-lumes amarelos fluorescentes que gostam de comer pipoca e ver tv na casa de missislifi nas tardes chuvosas que ocorrem periodicamente uma vez por semana apenas em anos bisextos ...
15.8.02
nuv.oleta # 18
um dos primeiros a perceber que nuvoleta era estranha foi o seu pai. o segundo, a sua mãe. o terceiro, foi o seu sapinho honeybee que ficou de pileque depois de tomar vodka com sonho de valsa... honeybee não entendia como o bombom podia deixá-lo tão tontinho e nuvoleta assim explicou:
-- ora honeybee... é tudo uma questão de destilados e fermentados...
desde daquele dia, ninguém achava mais nuvoleta estranha. praticamente, tinha virado um conceito... em vez de dizer:
-- nossa que estranho!
era mais tesão dizer:
-- nossa que nuvoletinha del valle!!!
=)
nuv.oleta # 17
nuvoleta escreviveu com a outra mão e a letra mais feisteira os pensaventos que vinham indo na sua cabeça. páginas. um monte:
"... o que seriam dos peixes sem a água, o rio vai indo vindo mindingo. ofrarei palavras que inventarei (nuvoleta usava vestido ocre listrada enquanto tomava ar / resposta publicada no jornal à acusação feita por duas velhinas ao verem nuvoleta nua em seu terraço cantadançando música do doors); pode, seu luvas? nem sei quantas iniciais tem uma palavra inicial de tudo... era um tal de big bang, mas disseram que é a justificativa mais fajuta do sentido da vida não vivida. missislifi teve um big bang depois de comer feijão carioquinha..."
130.683 páginas assim...
depois, uma em branco.
sim, sim.
nuvoleta estava apaixonada.
13.8.02
nuv.oleta #16
quase sufocando dentro da sauna, nuvoleta percebe que não está de roupão com estampa de joaninhas ...
então pensa -- ai ai, pela fumaça da sauna talvez eu possa ver missislifi -- eu não quero morrer sem meu roupão de joaninhas alegres e felizes interagindo com a natureza 100% algodão, mas a sauna tem cheiro de eucalipto, o louva-deus vai conseguir avisar missislifi à tempo de abrir a porta da sauna de fumacinha colorida.
úfa, que calor mais suado !!!
9.8.02
nuv.oleta #15
sim, laranja, cítrica ... enfim chá de laranja ... abóbora ... chá é místico ...
nuvoleta olha para sua xícara de chá com estrelinhas e pensa, em sabores que ainda vai descobrir dentro de estrelinhas que podem ser tão imensas quanto o mais lindo céu azul num dia de inverno ensolarado.
nuv.oleta #14
missislifi tinha machucado a mão socando um menino que tentava levantar sua saia.
-- mas hoje não se usa mais saia! disse o menino.
ela ficou inquieta. será que as mulheres esqueceram das saias? missislifi comprou muitos panos, fez muitas saias e vendeu tanto que pode comprar uma calça.
nuv.oleta #13
"eu tive três sonhos em que voava: a primeira vez foi que uma cataputalança me arremassava e podia ver o verde do atlântico e golfinhos se amando para o além-qualquer-forma-de-entendimentamento; na segunda vez foi me dado asas cujas penas eram da cor de lince aguadado e me desviei articulosamente entre os prédios da cidade de são paulo, pude assim salvar algumas pessoas do tédio de suas televisões vespertinas; da terceria vez, não precisei de asas e nem qualquer aparato neo-humanico para voar... sonhei".
2.8.02
nuv.oleta #12
alguns anos mais tarde, nuvoleta se lembraria de como foram bons os seus amigos que deixou nas terras das imaginações. ali, parada, em frente ao busto de machado de assis, pensavoava apenas em como um homem de bronze poderia escrever coisas ambiguas sem que ninguem se queixasse. decidiu-se, pegou papel e canete e um livro de receitas de velhos paes arabes...
-- serei ambigua e meus amigos nao me reconheceram.
sorriu.
-- pirraça... =)