nuv.oleta # 87
nuvoleta em suas caminhadas pelo que resta de verde nestas terras tao secas e cimentadas, observa o ceu, as vezes de cima, as vezes de baixo. nuvoleta em suas caminhadas pelo que resta de violeta em seu coracao observa-se a si mesma, as vezes alegre e de cima, as vezes triste e de baixo. sao os mesmos dois lados.
das nuvens de agora
vejo agua e vapor
como magoa e amor
25.8.03
21.8.03
nuv.oleta # 86
nuvoleta "que música é essa?"
missislifi "música?"
nuvoleta "só os idiotas respondem com outra pergunta"
missislifi "também assisto chaves"
nuvoleta "ah...mas que música é essa?
missislifi "música?"
continuam por muito tempo, em ritmo cadenciado, quase rap, não faltasse alguém fazendo um beat box
20.8.03
nuv.oleta # 85
violeta. nuvem. nave volta a vida. letargia nebulosa. fabulosa leadalde violada. via láctea. latejando vontades. vida vira e mexe nao vive. novo. letal. litoral. neve. nuvoleta. numa estrela nuvoleta. numa nuvem nuvoleta. lume violeta faz vela nuvoleta. leme leva la longe. longincuos lugares violetas. nuvoleta. nivea neve nova. nuvem nimbu no ar. num piscar nuvoleta leva vida. num suspirar nuvoleta livre fica. num olhar nuvoleta leve agita. num dancar nuvoleta linda brilha. num viver nuvoleta.
18.8.03
nuv.oleta # 84
no campos. fui sendo reinventada. traduzulinda. deram-me outros pais. faz favor de ir até onde as pessoas não esquecem... faz favor, vai. e descansa bem porque missisliffi e eu ainda temos muito para fazer. vou comprar uma antena para os radiapaixonados. e ela vai cantar blues que tenham vagimininas como antigamente.
nuv.oleta # 83
do alto, sentada numa nuvem, nuvoleta confundia-se com ela, fundia-se com tudo, como se na distância nao houvesse medo, como estando longe aproximasse cada vez mais. tentou cuspir nas pessoas, para que elas olhassem para cima. uma forma de chamar a atençao, nao a julguem. ninguém olhou. onde o vento soprava la ia nuvoleta, nao mais que uma folha no meio disso tudo. mentira, nela havia vontade, a vontade de ser como folha, e soprada pelo vento, conhecer aquilo que passava por ela. e n?o precisava muito mais do que passar por ela para que ela conhecesse. era oi e tchau no mesmo gesto. e tudo o que as pessoas respondessem (verbalmente ou nao) era o que nuvoleta precisava saber, porque era o que a pessoa queria falar, mostrar. nuvoleta grita: "olhe para alto, talvez me veja. ou deixe-se ao vento".