nuv.oleta # 96
quando olhou-se no espelho quase não se reconheceu. depois de tanto sono, suas feições ganharam traços de sonho. ficaram fugidias, fluidas, um quase-rio a caminhar sobre os limites da própria face. o que a fez reconhecer-se foi uma leve garoa que brotava dos olhos, alimentando o próprio rio que eram as linhas de seu rosto. e depois de tanto sono, nuvoleta se sentiu completa: era nuvem, choro, rio, chuva. completara o ciclo.